Quando eu olho pra sua vida, me dá uma vontade de escrever minha história.
Um livro aberto com folhas em branco...
Quando olho pra sua falta de diretriz, escrevo minhas metas
Vamos juntos com minhas escolhas certas
E você ri, nem me diz
Escrevo minha história na sua vida
Eu sou meu guia
Eu sou seu guia
E sua vida se resume na minha vida
Seu pensamento será meu coração
Sem preocupação, sigo
Escrevo poemas, histórias...
Você se emociona, te consolo em meu colo
Tudo que sempre quis
E você pensa que é tudo verdade
Desculpe meu amor, mas criei tudo por causa da minha insegurança...
Não quero histórias reais
Não quero você vivendo em paz
Escrevo em todas as páginas
Não há o que temer, você ainda não viveu nada
Talvez nunca te direi a verdade
Isso é a nossa realidade
Nada mais importa
Quero suas folhas em branco
Para escrever o que eu quiser sobre mim, você e qualquer viver.
Isso faz parte da minha segurança
Quero sua vida sem história
Quero toda a sua memória...Porque se um dia você for embora só restará vestígios meus, restos meus, sonhos meus... meus restos, meu estúpido egoísmo, meu sangue ralo, não misturado. Só restará um sono vago, um delírio, uma fumaça sem fogo. Restará osso sem sangue, carne sem gosto, um sentimento deposto, mal gasto, inventado, dilacerado... abortado.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
Meu coração sente muita vida ainda...
Floresce com a brisa o meu amor por você
Nem o sol da manhã poderá me dizer
A sua liberdade me faz sentir frio
Meu coração sente muita vida ainda...
Aflige-me pensar no futuro, sem saber o que vai acontecer
Os caminhos são lindos quando se navegam neles
Ao seu lado, penso em sobreviver
Mas não se sabem de cor todas as curvas desse rio
E nem se todos os passeios continuarei a fazer sobre esse lindo navio
Penso muito em aproveitar
Amar, amar, amar
Mas, penso tanto, que não sei se realmente amo
Ou, se só mesmo penso que amo...
Onde será que acharei a resposta?
Serão, minhas lágrimas, nada mais que pensamentos de dor?
Sem a lucidez concisa, somente ela, pura e sem receio, que chega, abre a porta de meu peito e se aloja, sem dizer quando se vai?
Será meu amor, realmente amor?
Aquele lindo, que sempre imaginei, ou imaginei tanto que queria, que é ilusão de amor.
Ele não adentrou o meu peito e se instalou? Quero o amor aqui, mesmo sem saber quando ele resolverá partir, o quero adentrando o meu peito, sem pedir licença...
Quero o amor de verdade, sem falsidade, ou imaginação
Quando será que ele voltará?
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
vai lá, caminha até a beira da escada e vê se se equilibra. do que temo? quando cheguei um rato estava morto num degrau da escada, estava sob a chuva, senti nojo e dó, o nojo não era de mim, não era verdadeiramente meu, era um nojo de alguém, mas ainda sim não estragou meu apetite. embrulhei um pedaço de carne com o pão e comi sem sentir nada, de repente (já era de se esperar) a imagem do sonho me vem à cabeça e tenho vontade de chorar, mas disfarço, não estou sozinho, e bem... todos choram, uma hora ou outra alguém chora, não me levem a mal, não gosto de chorar na frente dos outros. ele parecia se sentir mal, talvez quisesse chorar, mas não queria que fosse na minha frente. não queria me sentir enojada ao ver o rato morto, não queria que ele pensasse que eu pensasse que aquele lugar era inabitável, é bastante úmido, como todo o resto, mas tinha seu conforto no lençol da cama, na toalha do banho e no capacho (mesmo que gasto) da porta da entrada, que além de você destrancar com certa dificuldade, é preciso levantá-la delicadamente, não, alí não entraria qualquer rato que fosse. não gosto de parecer desinteressado quando não estou, por isso digo que ontem eu tentei dormir depois da embriaguez da madrugada, em vão. foram trinta ou quarenta minutos sufocados em que parte do tempo dividi minha cabeça em cima do travesseiro e outra diretamente no colchão. as imagens com o pai que em breve morreria deixou-me esgotado, acordei com o rosto úmido, e antes disso, antecedendo estas imagens, eu me via sangrar ininterruptamente pelo nariz, era um sangue pouco espesso bastante vermelho. crianças levavam-me para um banheiro antigo com poças d'água, mas com o piso avermelhado as poças tornavam-se assim da mesma cor. era um enorme banho cheio de crianças que se beijavam e se masturbavam, enquanto mãos tiravam-me as roupas, desabotoavam minha calça e camisa. eu me senti velho de participar daquilo tudo, ou tivesse tido medo de ser tão pervertido. saí apreensivo contando minha idade em voz alta, não que eles quisessem saber, mas eu quis dizer. gosto de como trata a carne, é voraz. é como se soubesse que esse alimento já morto não pode mais do que a própria aparência morta e que seu aspecto sadio só existe devido a métodos duvidosos para disfarçar seu real processo de putrefação. o cheiro da carne e do pão, que embrulha suas deformidades, nervos e músculos, como uma pele. ele parece cansado, e como é branco! as veias saltadas perto dos punhos. demora a se deitar, tira os sapatos e desaba, eu apago as luzes e não digo nada. mais uma noite em que converto tudo o que sinto em explosões cerebrais, hemorragias e contrações abdominais, tento-me manter calmo, estou na beira do degrau, vejo o rato morto enxarcado, tem a cabeça pequena desprendida do tronco. queria que ela não visse, mas respeito os mortos e sei que eles têm sua importância como mortos e devem ser vistos.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
em noites assim em que tenho vontade de derrubar paredes e de lhe mostrar minha insatisfação com suas últimas mensagens insossas penso que minha vida até agora foi um esboço. o que vivi até agora é um esboço. tento me organizar no tempo, em vão. meu presente/futuro é virtual. esboço repito todo o tempo, meu vocabulário me reduz, não sei o que fazer além de dizer que esboço uma quase vida.
ao esboço de hilda hilst em rútilos.
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