Muitas doenças que as pessoas têm são poemas presos
Abcessos, tumores, nódulos
pedras são palavras calcificadas
poemas sem vazão
Mesmo cravos pretos, espinhas, cabelo encravado
prisão de ventre, poderia um dia ter sido poema
Pessoas às vezes adoecem de gostar de palavra presa
Palavra boa é palavra líquida
escorrendo em estado de lágrima
Lágrima é dor derretida
dor endurecida é tumor
lágrima é raiva derretida
raiva endurecida é tumor
lágrima é pessoa derretida
pessoa endurecida é tumor
tempo endurecido é tumor
tempo derretido é poema
Palavra suor é melhor do que palavra cravo
que é melhor do que palavra catarro
que é melhor do que palavra bilis
que é melhor do que palavra ferida
que é melhor do que palavra nódulo
que nem chega perto da palavra tumores internos
palavra lágrima é melhor
palavra é melhor
é melhor poema.
Viviane Mosé
domingo, 25 de outubro de 2009
sábado, 17 de outubro de 2009
Sem tino
O que me constrange é a possibilidade de não existir
Quanta gente que existe sem aparecer!
Passam pela vida a maneira de zumbis condicionados à sorte de alguém
sem conseguir enxergar o buraco ou o trampolim à frente dos pés
Vêem de onde; vão para onde, o que desejam, sonham com que?
Nem sequer sei se erram ou acertam
Eu da minha parte quero ter a consciência do erro para depois poder errar mais
sabendo que o objetivo é o acerto, me condiciono a fazer bem feito
É preciso sofrer, amar
Tem que doer, desejar
Pra ver é preciso ter olhos
mas para enxergar é preciso estar longe até sentir de perto.
Quanta gente que existe sem aparecer!
Passam pela vida a maneira de zumbis condicionados à sorte de alguém
sem conseguir enxergar o buraco ou o trampolim à frente dos pés
Vêem de onde; vão para onde, o que desejam, sonham com que?
Nem sequer sei se erram ou acertam
Eu da minha parte quero ter a consciência do erro para depois poder errar mais
sabendo que o objetivo é o acerto, me condiciono a fazer bem feito
É preciso sofrer, amar
Tem que doer, desejar
Pra ver é preciso ter olhos
mas para enxergar é preciso estar longe até sentir de perto.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
segunda-feira, 30 de março de 2009
A crise
"Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo.
A crise é a melhor benção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos.
A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura.
É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias.
Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar "superado".
Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais aos problemas do que às soluções.
A verdadeira crise é a crise da incompetência.
O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis. Sem crise não há desafios, sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia.
Sem crise não há mérito.
É na crise que se aflora o melhor de cada um.
Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo.
Em vez disso, trabalhemos duro.
Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora que é a tragédia de não querer lutar para superá-la".
Albert Einstein
A crise é a melhor benção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos.
A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura.
É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias.
Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar "superado".
Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais aos problemas do que às soluções.
A verdadeira crise é a crise da incompetência.
O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis. Sem crise não há desafios, sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia.
Sem crise não há mérito.
É na crise que se aflora o melhor de cada um.
Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo.
Em vez disso, trabalhemos duro.
Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora que é a tragédia de não querer lutar para superá-la".
Albert Einstein
segunda-feira, 16 de março de 2009
Merda a todos que a sorte um dia vem !
E quem disse que não há poesia na escatologia !?
A vida tem se mostrado pra mim em versões tão inesperadas, que ela simplesmente se cansou do igual; ta partindo agora pro desigual, inabitual, anormal, e isso ta cheirando mal (literalmente)...hummm...beirando até o resto de nós mesmos. Escatológico. Peido é usual !? E merda então...Ora...Cada um com o seu cada qual.
Agora além de fazer as minhas próprias merdas to tendo que limpar a alheia.
Tenho que organizar isso tudo pra não me sentir igual; não posso deixar que essa situação me pareça assim tão normal, a final de contas, apesar de ser um sujeito que se orgulha das minhas imbecilidades, aprecio o bom cheiro das coisas da vida.
Sem mais esse negócio de se não cagar na entrada tem que cagar na saída.
Essas coisas a gente faz, mas não diz.
Só que agora elas insistem em boiar, vir à tona, assim como passam na nossa cara todos os dias a corrupção deflagrada que patrocinamos com o nosso próprio dinheiro.
Bem, mas não é disso que vim falar. Vim falar da minha própria cagada.
Aquela que só eu dou conta, reflito e ainda consigo rir da desgraça.
Seria cômico se não fosse trágico !?
O pior é que é trágico. Sendo assim, pra eu dar conta de tudo, tenho que por obrigação fazer ser cômico.
Só mesmo o humor parece aliviar a dor.
E num dia desses que passou, estava eu num cenário insólito, no meu trabalho, limpando cocô (risos), cansado, entendiado, fedido e mal ajambrado, quando ainda consegui fazer graça diante do horror.
Bem, pensei: se estou eu aqui nesta situação em que eu próprio me meti, arrependido (parcialmente) e fodido (totalmente), só posso ter a seguinte certeza:
Depois que superar esta (e está próximo o fim) e passar pela merda, NADA mais me derruba queridos!
Achei que a merda fosse o fim, mas não...A merda também aduba, e o adubo faz germinar, crescer e depois floresce, acreditam !?
Pode haver flor que cresce e dá cheiro e ainda por cima, ter vindo do cocô !?
Que natureza perfeita !!!
E o meu cabelo não pára de crescer de tanto pensar merda !
E cá estou eu achando poesia na escatologia, pensando se devo fazer assim como o menino do Quem quer ser um milionário. Talvez se chafurdasse mesmo, mergulhasse na merda dos pés à cabeça, conseguiria emergir dela para galgar uma posição bem melhor na vida, mais forte, pronto, seguro e adubado, claro.
A vida tem se mostrado pra mim em versões tão inesperadas, que ela simplesmente se cansou do igual; ta partindo agora pro desigual, inabitual, anormal, e isso ta cheirando mal (literalmente)...hummm...beirando até o resto de nós mesmos. Escatológico. Peido é usual !? E merda então...Ora...Cada um com o seu cada qual.
Agora além de fazer as minhas próprias merdas to tendo que limpar a alheia.
Tenho que organizar isso tudo pra não me sentir igual; não posso deixar que essa situação me pareça assim tão normal, a final de contas, apesar de ser um sujeito que se orgulha das minhas imbecilidades, aprecio o bom cheiro das coisas da vida.
Sem mais esse negócio de se não cagar na entrada tem que cagar na saída.
Essas coisas a gente faz, mas não diz.
Só que agora elas insistem em boiar, vir à tona, assim como passam na nossa cara todos os dias a corrupção deflagrada que patrocinamos com o nosso próprio dinheiro.
Bem, mas não é disso que vim falar. Vim falar da minha própria cagada.
Aquela que só eu dou conta, reflito e ainda consigo rir da desgraça.
Seria cômico se não fosse trágico !?
O pior é que é trágico. Sendo assim, pra eu dar conta de tudo, tenho que por obrigação fazer ser cômico.
Só mesmo o humor parece aliviar a dor.
E num dia desses que passou, estava eu num cenário insólito, no meu trabalho, limpando cocô (risos), cansado, entendiado, fedido e mal ajambrado, quando ainda consegui fazer graça diante do horror.
Bem, pensei: se estou eu aqui nesta situação em que eu próprio me meti, arrependido (parcialmente) e fodido (totalmente), só posso ter a seguinte certeza:
Depois que superar esta (e está próximo o fim) e passar pela merda, NADA mais me derruba queridos!
Achei que a merda fosse o fim, mas não...A merda também aduba, e o adubo faz germinar, crescer e depois floresce, acreditam !?
Pode haver flor que cresce e dá cheiro e ainda por cima, ter vindo do cocô !?
Que natureza perfeita !!!
E o meu cabelo não pára de crescer de tanto pensar merda !
E cá estou eu achando poesia na escatologia, pensando se devo fazer assim como o menino do Quem quer ser um milionário. Talvez se chafurdasse mesmo, mergulhasse na merda dos pés à cabeça, conseguiria emergir dela para galgar uma posição bem melhor na vida, mais forte, pronto, seguro e adubado, claro.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Só de sacanagem
Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam:
"Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha".
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.
Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.
Só de sacanagem! Dirão:
"Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer:
"Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez.
Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês.
Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau." Dirão:
"É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal".
Eu direi:
Não admito, minha esperança é imortal.
Eu repito, ouviram?
Imortal!
Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam:
"Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha".
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.
Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.
Só de sacanagem! Dirão:
"Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer:
"Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez.
Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês.
Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau." Dirão:
"É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal".
Eu direi:
Não admito, minha esperança é imortal.
Eu repito, ouviram?
Imortal!
Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!
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